A CAUSA, rede de cuidados para maternidade, é comprometida com a defesa dos direitos de mães e crianças através de apoio jurídico e psicológico em todo país. No ano de 2024 lançou um chamamento público para cadastro de mães, advogadas e psicólogas, no intuito de expansão dos seus atendimentos. No mês de maio o ELLA (Rede Internacional de Feminismos) convocou o “Dia Pela CAUSA”, um encontro para mães, coletivos feministas, órgãos públicos e ativistas, promovendo rodas de conversas, plantão jurídico, grupo de apoio psicológico e atividades culturais. Um dia de muitas conexões e fortalecimento de parcerias para a CAUSA. Dentro da sua programação anual estava previsto a realização dos Aulões da Causa, com o objetivo de treinar as advogadas, as psicólogas e as ativistas que atuam em parceria com o ELLA.
Dentre os parceiros que ministraram Aulões está o Fala mulher, uma organização sem fins lucrativos, que atua no enfrentamento à violência doméstica contra a mulher, na construção da equidade de gênero, na promoção da independência financeira feminina, na facilitação do acesso às informações sobre a Lei Maria da Penha e os direitos das mulheres. Carla Jara, uma das representantes do Fala Mulher, destacou a importância do “trabalho multidisciplinar, que integra psicologia, assistência social e suporte jurídico, oferecendo acolhimento e caminhos para a superação da violência”. Quanto ao serviço que a CAUSA presta, ela exalta tamanho comprometimento: “a iniciativa reafirma nosso propósito de transformar vidas por meio da informação, conscientização e apoio especializado, ampliando a rede de proteção às mulheres, sendo muito importante este trabalho em conjunto para fortalecimento de uma rede de proteção as mulheres.”
Outro movimento parceiro que marcou presença nos Aulões foi o Atreva-se, movimento feminista que tem como base nomear e combater o machismo. Uma de suas palestrantes, Nicole Aun, nos disse que seu propósito no Aulão foi o de “passar o panorama sistêmico que é o patriarcado no cotidiano, quais são os marcadores de poder que convivemos diariamente e não sabemos que se trata do patriarcado”. Dentre o conteúdo compartilhado por ela, vale salientar o uso dos Contos de Fadas que aponta a mulher como o corpo regulado pelo patriarcado e o homem como o corpo regulador: “se uma, duas, vinte mulheres forem viajar, elas estão viajando sozinhas, mas se há um homem as acompanhando na viagem, elas não estão mais sozinhas. Este é um exemplo de como o patriarcado coloca no corpo do homem a representatividade de regulador de todas as coisas, a figura universal detentora dos marcadores de poder: branco, rico, heterossexual, adulto, cisgênero, senão rico, influente, considerado capaz.”
A CAUSA, através dessas iniciativas não só reforça o fortalecimento do ativismo, somando forças com novas parcerias, mas toma uma posição de se colocar como agente de socorro, acolhimento e apoio às mulheres em condições de vulnerabilidade financeira e de violência doméstica. Presta um grande serviço de capacitação e letramento de profissionais para atuarem de forma mais empática, minimizando os atravessamentos que essas podem estarem sujeitas, pois se tratando de realidades tão diversas, precisam de suporte para suportarem suas próprias dores e sustentarem umas às outras.