Encontro Internacional de Feminismos realizou a #8M Projetada, estimulando o protesto seguro durante a pandemia
O mês de março é tradicionalmente um mês onde a luta das mulheres está em evidência. Fruto da mobilização de dezenas de anos por coletivos, sindicatos e organizações feministas, o 8 de março foi finalmente escolhido como data oficial em homenagem aos protestos por melhores condições de trabalho nas fábricas russas, em 1917. De lá pra cá, marchas, carreatas, festivais e uma série de eventos ocuparam a rua com as demandas das mulheres nas lutas por suas conquistas sociais, políticas e econômicas.
Em 2020, o 8M foi uma das últimas grandes manifestações públicas do Brasil, demonstrando a força das mulheres nas ruas. Depois disso, o Brasil e o mundo entraram em alerta por conta do Coronavírus. Instabilidade financeira, perda de entes queridos, confinamento com seus abusadores, aumento do feminicídio no Brasil – os desafios das mulheres durante a quarentena foram inúmeros e este 8 de março também tinha a missão de denunciá-los.
Pensando em como manter a voz das mulheres cis e trans nas ruas e ao mesmo tempo preservá-las da exposição ao Covid 19, ELLA ( Encontro Internacional de Feminismos ) e a Mídai NINJA propuseram a 8M Projeteda – uma ação coletiva para projetar nossas pautas diversas nas ruas das cidades.
O processo envolveu duas etapas – primeiro uma chamada para artistas feministas. Com centenas de inscritas e 111 selecionadas, foi organizado um kit com fotos, vídeos, ilustrações e poemas em português e espanhol, que foi disponibilizado no último dia 05. Na segunda fase foram convocados pontos de projeção: ativistas responsáveis por levar a mensagem destas artistas para as paredes dos prédios, casas e ruas afora.
Ao todo, as projeções aconteceram em três países, nas cidades de Roma (ITA), Montevideo (URU), Salvador (BA), Florianópolis (SC), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Pelotas (RS), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Piracaia (SP), Contagem (MG) e Cabo Frio (RJ). No conteúdo vimos o feminismo negro, a liberdade sexual, direitos reprodutivos e corpo livre protagonizarem.
As mulheres, principalmente as negras, são a maioria nas equipes dos hospitais, fazendo delas a principal força de resistência ao vírus. E desta forma, encontramos um jeito de fazê-las serem ouvidas, lutando assim pela igualdade de gênero independente de divisões nacionais, étnicas, linguísticas, culturais, econômicas ou políticas.
Veja mais fotos do 8M projetada no instagram do ELLA