A Nave Coletiva, sede da Mídia NINJA em São Paulo, recebeu mais uma edição do Cine NAVE no último dia 29. Desta vez, o filme exibido foi “Fernanda Young, Foge-me ao Controle”. Dirigido por Susanna Lira, a produção intercala cenas de filmes e séries roteirizadas por Young, e poesias escritas pela própria, para construir percepções acerca de sua genialidade e personalidade.

Após a exibição, aconteceu debate com a participação de Susanna, da representante do GNT, Flavia Lima, e mediado pela atriz e diretora Lilianna Bernartt como parte do projeto ELLA SP – Encontro de Saberes Feministas.

Durante o debate, Susanna Lira contou um pouco do processo de escolher os filmes que iriam conversar com os poemas de Fernanda Young: “Nosso trabalho foi escolher filmes que tinham sido pioneiros, e que tivessem um texto que de certa forma nos provocava. Para isso, fomos muito rigorosos na escolha da equipe de pesquisa, que obedeceu todos nossos critérios”, disse.

A representante do GNT, Flavia Lima, complementou: “escolhemos filmes que levassem uma mensagem ao público do canal, que geralmente não acessa essas imagens, essas informações. É algo que não tem na TV.”

Ao abrir para perguntas, Susanna foi questionada sobre seu fluxo criativo e o processo de montagem das imagens e seleção dos poemas. Em resposta, a diretora comentou que o processo de montagem durou certa de um ano, incluindo o tempo de pesquisa, solicitação de imagens de acervo e toda a construção do filme por pedaços, poema por poema: “no começo, tivemos certa resistência das filhas da Fernanda. Até compartilharmos os primeiros dez minutos do filme com elas e ter tido uma resposta super positiva. Depois disso, elas cederam fotos, materiais e outros poemas. Têm desenhos da própria filha da Fernanda no filme”, acrescentou.

Parte do público também pediu à Susanna uma indicação de livros escritos por Fernanda: “Vergonha dos pés e Tudo que Você Não Soube”, respondeu.
Flávia comentou que Fernanda era perspicaz, boa em ler as pessoas e colocar isso de forma bem humorada em seus textos. “Todo mundo se conhece e reconhece na banalidade que ela escreve. Fernanda observava todos a sua volta, mudava de assunto o tempo todo, não cabia nela”, comentou, “a intenção aqui foi trazer as queixas dela pro filme. O que predomina no filme é a literatura dela”, acrescentou.

Quando questionadas sobre qual seria a mensagem do filme, responderam: “Aceitar a imperfeição, e aceitar o fato de não ser querida.”

O filme chega aos cinemas em agosto de 2024.